Criar faz parte da minha construção como ser humano.
Tornar real o meu pensamento e transformá-lo em uma expressão artística fez-se o principal alimento para minha alma. Deus me proporcionou isso.
Após anos de experimentações, em que a arte habitava somente meu imaginário, decidi torná-la parte da minha vivência diária, e aquele esboço passou a ser minha principal manifestação como artista. O isolamento da pandemia me levou a cores, formas e à vontade em clamar contornos que me tirassem da solidão imposta pela quarentena.
Neste difícil momento histórico, a dor infelizmente se fez mais presente quando sofri uma perda familiar irreparável, transformando minha paleta de cores num monocromático e tenebroso cinza.
A exaltação das cores se findou e eu me vi em uma encruzilhada na qual tinha duas opções: ou me entregava ao sofrimento, ou honrava a vida e ressignificava aquele sentimento.
Escolhi tentar viver algo novo, escolhi elevar e modificar!
Criei a série “Ondas”, na qual o racional se funde ao passional, as formas conduzem o olhar do observador entre as camadas impostas, fazendo ondas, ora para cima, ora para baixo, como os ciclos da vida.
Nessa série, o espectador sempre terá a opção de ver a onda subindo ou vê-la descendo, assim como ver a cor vibrante ou a cor mais apagada. Vai do momento de cada um.
Sigo assim reverenciando o meu passado, honrando o meu presente e cultivando o meu futuro.
Sempre temos a opção de ver a metade do copo cheio ou a metade vazia.